quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bomba Nuclear

No dia 2 de agosto de 1939, Albert Einstein (um dos cientistas mais respeitados na época), atendendo a pedidos de outros cientistas, escreveu uma carta ao Presidente Franklin Roosevelt. Na carta, Einstein dizia que os EUA deveriam priorizar o desenvolvimento de uma bomba baseada em energia nuclear, antes que os alemães o fizessem.

Como resultado, nasceu o Manhattan Project, com o propósito de desenvolver a bomba atômica. O sucesso não tardou: no dia 16 de julho de 1945, no estado de New Mexico, a primeira bomba nuclear foi detonada.




Os soldados americanos foram utilizados como cobaias para os efeitos da radiação

A A química no gibi - desde 1945, todos os segmentos da mídia têm apresentado informações sobre a grande quantidade de energia contida no núcleo do átomo

Os EUA, então, iniciaram uma longa série de exaustivos testes com bombas nucleares, com várias explosões. Até mesmo seus soldados foram deliberadamente expostos à radiação, marchando para o "ground zero" logo após uma explosão. Nos dias 6 e 9 de agosto do mesmo ano, duas bombas foram detonadas sobre as cidades de Hyroshima e Nagasaki, no Japão: foram os dois únicos artefatos nucleares já utiliados em guerra, e causou a rendição do governo japonês e o consequente fim da 2a. guerra mundial.


Hiroshima: 2 horas após touchdown
Nagasagi: 4 horas após touchdown
Fotografias de Hiroshima e Nagasaki obtidas algumas horas após as explosões. Os fotógrafos também foram vítimas da radiação

Estas bombas nucleares eram dispositivos que se aproveitavam da energia de fissão do urânio. O poder de devastação de uma bomba nuclear é enorme. Apenas um grama de Urânio-235 é capaz de fornecer, em um evento de fissão, 200 MeV, energia equivalente a 80 milhões de kJ; só para comparação, 1g de TNT fornece apenas 16 kJ!Isto significa que um processo de fissão nuclear libera uma quantidade de energia 5.000.000 maior do que uma reação química. Como correlação, o poder de uma bomba é expressa em megatons, isto é, o equivalente em milhões de toneladas de dinamite. Uma bomba de 10 megatons, por exemplo, tem poder de devastação equivalente 10 milhões de toneladas de TNT.





Animação do processo de fissão do urânio-235. Os nêutrons liberados provocam a fissão de outros átomos: é a reação em cadeia.


Bomba igual a utilizada em Hiroshima
Layout da bomba de Hiroshima
Na bomba de Hiroshima, duas porções subcríticas colidiam após a detonação do TNT

Na média, cada átomo de U-235 produz 2,5 nêutrons numa fissão; quando um nêutron colide com outro átomo de U-235, ele provoca a fissão deste também, gerando uma reação em cadeia. Se a amostra do material é pequena, a maior parte dos nêutrons escapam do sistema antes de provocarem a fissão em outro átomo; neste caso, a massa do material radioativo é chamada de subcrítica, isto é, abaixo da necessária para gerar a reação em cadeia.

A quantidade exata para se iniciar a reação em cadeia é chamada de massa crítica. Nos modelos de bombas utilizadas na 2a. guerra mundial,haviam duas porções subcríticas de urânio, separadas, no compartimento interno da bomba. Ao acionar o detonador, uma explosão química fazia as duas porções colidirem, gerando uma massa supercrítica, isto é, contendo material necessário para iniciar a reação em cadeia, mas onde cada evento de fissão promove mais de dois ou mais eventos: é bomba!

A bomba-H (bomba de hidrogênio) opera por um processo diferente: a energia provém da fusão de átomos de hidrogênio em hélio ou deutério.A bomba utiliza a detonação de uma pequena carga de fissão nuclear para atingir a temperatura necessária ao início da reação de fusão.






Chernobyl_1986
Apesar de toda a repercursão negativa, o acidente em Chernobyl matou menos de 30 pessoas, no total. A usina continha funcionando.

A energia nuclear pode também trazer benefícios ao homem - boa parte da energia elétrica utilizada em todo o mundo vem da nucleo do átomo. As usinas nucleares se aproveitam da energia de fissão do urânio para aquecer grandes quantidades de água e produzir vapor. Com o trabalho exercido pelo vapor, então, é possível de movimentar os geradores elétricos. Embora já ocorridos, acidentes são raros, e esta é uma forma barata de energia. O grande problema é o lixo tóxico radioativo gerado, constantemente, pelo processo. No reator nuclear, mecanismos de controle (por captura de nêutrons) mantém a reação sempre no nível crítico, sem chegar no supercrítico.



Revista eletrônica do Departamento de Química - UFSC
www.cmqweb.org
 

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